O vice-presidente apresentou as iniciativas da instituição para promover a digitalização do exercício jurídico
A Ordem dos Advogados do Brasil secional São Paulo (OAB SP) marcou presença no primeiro dia de programações da Fenalaw 2023, maior evento para o mercado jurídico na América Latina, nesta quarta-feira (25). O vice-presidente da entidade, Leonardo Sica, concedeu uma palestra no espaço de Gestão de Pequenos e Médios Escritórios, com o tema “A Visão da OAB SP da Advocacia Moderna e Tecnológica”.
Sica iniciou sua apresentação destacando a demanda crescente por serviços de tecnologia no campo jurídico.
“O elevado investimento que o poder judiciário faz em tecnologia e a expectativa da sociedade para a prestação de serviços ágeis e modernos colocam a advocacia em um período de reflexão sobre como abraçar a revolução digital e entender como nossa profissão vai ser daqui em diante”, disse.
“Estamos fazendo um esforço para entender como a instituição pode e deve trabalhar para melhorar a oferta de serviços jurídicos.”
Para explicar o impacto da revolução digital dentro do Universo OAB SP, o vice-presidente apresentou alguns dados da instituição.
“A secional paulista conta, no momento, com 355 mil inscritos ativos, 251 subseções e 930 pontos de atendimento. Desses advogados, 62% são autônomos e 13% têm de um a três sócios. Isso significa que 75% dos advogados paulistas trabalham sozinhos ou com até três pessoas, se tanto”, afirmou Sica.
“A renda média mensal é de até R$6 mil para mulheres e de até R$10 mil para homens, a gente sabe que a disparidade de gênero é real. Esse é o perfil. 52% estão insatisfeitos com a profissão. Tem muito profissional e a remuneração hoje em dia é baixa”, completou o vice-presidente.
Sica elencou aqueles que, segundo ele, são os principais desafios na gestão de escritórios: gestão de tempo, de dados e de custos. Ele também citou as principais tendências da revolução digital na advocacia: “Automação, segurança de dados e inteligência artificial. Precisamos distribuir esses três eixos para toda a advocacia. Se não for para todo mundo, não vai funcionar para ninguém”.
“A gente tem novas áreas de trabalho que desafiam a concepção tradicional de advocacia, como criptomoedas, blockchain, audiovisual, direito de moda e muito mais. O papel da OAB SP nisso tudo é regular e entender a profissão”, explicou Leonardo Sica.
Neste sentido, o vice-presidente apresentou duas iniciativas da Ordem paulista para fomentar a revolução tecnológica na profissão: o sandbox regulatório e o marketplace de lawtechs.
“Nós abrimos o primeiro sandbox regulatório da profissão. A partir dele, pegamos condutas de escritórios, autônomos e empresas e trazemos para um ambiente de observação sem incidência de regulação. Depois disso, estudamos como regular de forma mais adequada. Não permitir que condutas e fenômenos tecnológicos se desenvolvam é apenas virar as costas para o avanço”, afirmou Sica.
Já o marketplace de lawtechs é uma plataforma online da OAB SP com oferta de empresas e serviços voltados especialmente para a digitalização da advocacia. Todas as lawtechs que fazem parte desse ambiente digital passaram pelo crivo da Secional, por meio de um comitê avaliador. “Existe uma infinidade de lawtechs no mercado oferecendo serviços de jurimetria, análise de autos, contratos digitais e muito mais.
No começo do ano, a OAB SP selecionou, avaliou e homologou várias lawtechs e colocou dentro de um marketplace. São serviços confiáveis e com preços mais acessíveis para aqueles 75% dos advogados que não estão em grandes escritórios. Quanto mais gente utilizar, mais a advocacia evolui. Assim a inteligência artificial será treinada conforme os preceitos da nossa profissão e do exercício jurídico”, finalizou.
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