Irapuã Santana, presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem Paulista, atuou como mediador em palestra que explorou pluralidade e equidade na cultura empresarial
Durante a Fenalaw 2023, nesta quarta-feira (25), ocorreu um bate-papo com o tema ‘A Cultura da Empresa está de fato alinhada com as questões de inclusão e diversidade?’ com a moderação de Irapuã Santana, presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil seção São Paulo (OAB SP).
Responsável por intermediar o debate sobre a efetividade das políticas de inclusão e diversidade nas empresas, Irapuã Santana refletiu sobre os desafios enfrentados na promoção da igualdade racial e de gênero e como as organizações podem realmente alinhar sua cultura com esses valores.
Dentre os palestrantes especialistas estavam presentes o consultor de diversidade da MAC, Guilherme Bara, a advogada e professora do Insper, Fernanda Perregil, e o diretor de Relações Humanas da Alcoa, André Rolim.
Durante o discurso, os três compartilharam suas experiências e insights sobre como as empresas podem ir além do discurso e implementar ações concretas para promover a diversidade e a inclusão.
O moderador e presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB SP, Irapuã Santana, incluiu uma reflexão sobre saúde mental.
“A falta de alinhamento da cultura da empresa com a diversidade pode ter sérias repercussões na saúde mental dos colaboradores, podendo inclusive desencadear o ‘burnout’”, afirmou o presidente da comissão de Igualdade Racial da Ordem Paulista.
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O consultor de diversidade da MAC, Guilherme Bara, discursou sobre a importância do código de ética dentro das instituições. “Quem decide o que é certo ou errado na organização não deve ser o chefe, mas sim os acordo de ética existente na organização, precisamos conhecer as diretrizes para saber a direção”, declarou Guilherme.
A advogada e professora do Insper, Fernanda Perregil, refletiu como as minorias tendem a ter questões com a saúde mental considerando o desgaste e estresse mental vivenciado por esses grupos.
“Falar de diversidade também é falar de saúde mental, existem os estresses adicionais que fazem parte de um grupo que sofre historicamente. Falar de burnout e de saúde mental também envolve a questão da inclusão, se as nossas práticas sociais são diferentes, é óbvio que teremos desigualdades”, afirma Fernanda Perregil.
Finalizando o debate, o diretor de Relações Humanas da Alcoa, André Rolim, abordou sobre sua experiência profissional trabalhando em uma empresa majoritariamente masculina e que atua com realidades brasileiras diferentes, além de compartilhar dicas de como as instituições podem reformular seus processos internos para aderirem a diversidade e inclusão.
“O primeiro ponto é a reavaliação dos critérios de entrada, retirando a obrigatoriedade do inglês, além de pensar em vagas afirmativas, em seguida, apostar em educação e letramentos, disponibilizando cursos aos colaboradores, como uma atividade constante e com foco em todos temas de diversidade, além disso, é necessário a revisão de políticas para que sejam inclusivas e a criação de um canal de denúncia para reportar casos de discriminação”, declarou André Rolim.
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Irapuã Santana concluiu o debate falando da verdadeira promoção da diversidade nas instituições.
“É fundamental que as empresas não apenas promovam a diversidade em seus discursos, mas também a implementem de forma efetiva, considerando o impacto na saúde e bem-estar de todos os seus colaboradores”.