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Fevereiro Roxo: hora de conscientizar sobre Alzheimer, lúpus e fibromialgia

By 16 de fevereiro de 2023No Comments
Fevereiro Roxo: hora de conscientizar sobre Alzheimer, lúpus e fibromialgia

Esquecer de pagar contas; errar trajetos; sair para ir ao trabalho, mas acabar no supermercado. Comportamento a cada dia mais silencioso e contemplativo, olhos que parecem mirar o nada. Não existe um exame laboratorial que simplesmente detecte a enfermidade. Na maioria das vezes, o diagnóstico é consolidado por avaliações clínicas, após anos de mudanças comportamentais que, no início, parecem normais ao avançar da idade. A Doença de Alzheimer caminha vagarosamente, até tornar a pessoa incapaz dos atos mais corriqueiros. Uma pessoa com Alzheimer transforma a vida de toda a família.

Desde 2014, celebra-se o Fevereiro Roxo, mês dedicado à conscientização sobre a doença. A data também contempla outras duas enfermidades de alcance populacional relevante: o lúpus e a fibromialgia.

Mal que acomete cerca de 40 milhões de pessoas no mundo e 1,5 milhão no Brasil, o Alzheimer ainda é incurável e, equivocadamente, referida como “esclerose” ou “caduquice”. Conforme descrito pela Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), “a doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais”.

A ciência ainda não descobriu as razões do surgimento do Alzheimer em determinados organismos. O que se sabe é que ele decorre do depósito de placas senis de proteína beta-amiloide no cérebro. Outra característica da doença é a redução do número de neurônios e das ligações entre eles – as sinapses -, acarretando redução progressiva do volume cerebral.

Segundo a ABRAz, “a certeza do diagnóstico só pode ser obtida por meio do exame microscópico do tecido cerebral do doente, após seu falecimento. Antes disso, esse exame não é indicado, por apresentar riscos ao paciente. Na prática, o diagnóstico da Doença de Alzheimer é clínico, isto é, depende da avaliação feita por um médico, a qual irá definir, a partir de exames e da história do paciente, qual a principal hipótese para a causa da demência”.

Hoje, o Alzheimer não tem cura, mas os avanços da medicina permitem que os pacientes tenham maior sobrevida e melhor qualidade de vida, enquanto as pesquisas progridem. Além disso, já se demonstrou que atividades de estimulação cognitiva, social e física favorecem a manutenção de habilidades preservadas e a funcionalidade. Mas é importante saber: a quantidade e a qualidade desses estímulos devem ser monitoradas e avaliadas, a partir das respostas do paciente.

Embora não seja considerada uma doença hereditária, familiares de pessoas com Alzheimer têm risco maior de desenvolvê-la. Pessoas com histórico de atividade intelectual intensa e alta escolaridade tendem a desenvolver os sintomas em estágio mais avançado da atrofia cerebral. Demonstrou-se, também, que é necessária maior perda de neurônios para que os sintomas se manifestem. Daí, concluiu-se que uma maneira de retardar o processo da doença é a estimulação cognitiva constante e diversificada ao longo da vida.

Hipertensão, diabetes, obesidade, sedentarismo e tabagismo são fatores de risco, porém, modificáveis. Há estudos comprovando que, controlados tais hábitos, retarda-se o surgimento do Alzheimer.

Lúpus

O lúpus é uma doença de origem autoimune, ou seja, ocorre quando o sistema imunológico ataca órgãos e tecidos do corpo, ao invés de desempenhar o seu papel de protegê-los. A enfermidade inflamatória crônica, também conhecida como Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), é reconhecida em dois principais tipos: cutâneo, quando se manifesta na pele; e sistêmico, no qual um ou mais órgãos internos são acometidos.

Os sintomas aparecem lentamente, mas são contínuos e variam em fases de atividade e remissão. São eles: lesões de pele, sendo que as mais características são avermelhadas em maçãs do rosto e dorso do nariz; sensibilidade ao sol; queda de cabelo; febre; dor e inchaço, principalmente nas articulações das mãos, joelhos e pés; inflamação no rim, pleura ou pericárdio (membranas que recobrem o pulmão e o coração); desânimo; cansaço; perda de peso; falta de apetite; inchaço nas pernas; entre outros.

A causa do lúpus ainda é desconhecida, mas sabe-se que fatores genéticos, hormonais e ambientais contribuem para seu desenvolvimento. O diagnóstico é feito com base no reconhecimento médico dos sintomas relacionados à doença, além do conjunto de alterações clínicas e laboratoriais.

O tratamento da enfermidade é individualizado, uma vez que depende do tipo de manifestação apresentada por cada quadro. O intuito é controlá-la, de forma a minimizar os efeitos colaterais e proporcionar uma melhor qualidade de vida para os pacientes. Por ser uma doença crônica, é importante manter o acompanhamento médico contínuo e o uso de medicamentos receitados pelo profissional.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acompanhamento e tratamento para pacientes com lúpus. Diante da suspeita da doença, as pessoas devem procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A partir daí, se for o caso, ele será encaminhado ao especialista.

Fibromialgia

Mais comum em mulheres na faixa etária de 30 a 50 anos, a fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por dor muscular generalizada e afeta 2,5% da população mundial, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).

Além da dor, o paciente pode ter a percepção de que o sono não é reparador, sentir cansaço constante, ter alterações na concentração e humor, ansiedade e depressão. Embora não haja cura, com o tratamento adequado, é possível aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

No entanto, vale destacar que a fibromialgia pode aparecer em indivíduos que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus, o que, muitas vezes, dificulta uma completa melhora dos enfermos.

Ainda não foi descoberta uma causa específica para surgimento da fibromialgia, porém, estudos mais recentes apontam que a causa está relacionada com a ativação do sistema nervoso central, que emite os estímulos para o cérebro da pessoa que sofre com a fibromialgia, fazendo com que os sintomas se intensifiquem e o paciente sinta mais dor.

O diagnóstico é clínico, realizado a partir do histórico médico, exames físicos e laboratoriais. Já o tratamento consiste em aliviar os sintomas do paciente, que pode ser submetido a uma reeducação de condicionamento físico, relaxamento muscular, ações terapêuticas e até medicamentos antidepressivos.

Em caso de suspeita, é indicado buscar atendimento na UBS mais próxima da sua residência e, se for necessário, a unidade fará o encaminhamento para a rede especializada.

Com informações da Prefeitura de São Paulo.