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OAB SP celebra novos critérios de promoção para juízes visando equilíbrio de gênero no Judiciário

By 28 de setembro de 2023No Comments
Subseção Presidente Prudente mulheres inspiradoras

Medida aprovada pelo CNJ altera regra de promoção entre juízes e juízas para uma Justiça mais representativa

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, nesta terça-feira (26), nova regra para promover a paridade de gênero na promoção de juízes e juízas nos tribunais do país. Os critérios de promoção, aprovados pela maioria dos votos, agora incluem uma lista exclusivamente composta por mulheres, alternada com uma lista mista (homens e mulheres), visando atingir uma proporção equitativa de gênero, entre 40% e 60%, nos cargos de segunda instância.

Antes dessa decisão, a promoção de juízes seguia tradicionalmente critérios de merecimento e antiguidade. O texto original da nova medida buscava modificar ambos os critérios. Entretanto, para alcançar um consenso entre os membros do CNJ, a relatora do ato normativo, a conselheira Salise Monteiro Sanchotene, que também supervisiona o Comitê de Incentivo à Participação Institucional Feminina no Poder Judiciário do CNJ, optou por alterar o texto para a promoção baseada apenas no mérito.

A nova medida visa mudar um cenário histórico de desigualdade de gênero no Poder Judiciário. Dados do levantamento Justiça em Números, do CNJ, apontam que apenas 38% dos 18 mil juízes no país são mulheres. Em relação aos desembargadores, as mulheres representam 25%, e, entre os ministros de cortes superiores, esse número é ainda menor, chegando a apenas 18%.

Para a diretora secretária-geral adjunta da OAB SP, Dione Almeida, a nova medida é um avanço favorável na busca por uma Justiça mais inclusiva e eficaz.

“Durante muito tempo, enfrentamos um desafio no Tribunal, onde as juízas eram predominantemente promovidas com base na antiguidade, em vez de mérito. Agora, com a perspectiva de um aumento na participação das mulheres no segundo grau, estamos caminhando em direção a uma democracia mais representativa. A presença crescente de mulheres nos tribunais está corrigindo um desequilíbrio histórico. Além disso, a justiça se torna mais imparcial quando as mulheres têm a oportunidade de influenciar as decisões judiciais, pois trazem perspectivas e experiências únicas. Isso promove a inclusão e, como resultado, fortalece nossa democracia”, declara a secretária-geral adjunta da Ordem paulista.

A medida será válida para os Tribunais de Justiça estaduais, Tribunais Regionais Federais e Tribunais Regionais do Trabalho. Com a aprovação, esses órgãos deverão alternar as promoções entre a lista mista e a lista exclusiva de mulheres a partir de 1° de janeiro de 2024.