Não se pode falar sobre direitos sexuais e reprodutivos sem que se insira no debate a equidade de gênero. Assim ponderou a presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (CAASP), Adriana Galvão, ao palestrar na Conferência da Mulher Advogada, evento realizado em Guarulhos, na última sexta-feira (31).
“Temos que fazer com que as gerações futuras entendam que gênero é uma construção social”, enfatizou a dirigente.
“Não podemos ter dúvida de que as mulheres são seres autônomos. Quando falamos em direito sexual e reprodutivo, falamos de Direitos Humanos”, explicou Adriana, que é autora de livros sobre a temática e presidiu a Comissão de Diversidade Sexual da OAB SP, ao longo de três gestões.
Antes da presidente da CAASP, palestrou a ex-conselheira federal da Ordem pelo Rio Grande do Norte, Ana Beatriz Presgrave, que apontou uma situação vivida reiteradamente pela mulher advogada nos tribunais: ela é muito mais interrompida que os homens.
Segundo Ana, os dez CEOs mais bem remunerados do Brasil são homens, mas, dentre os dez mais bem avaliados, seis são mulheres. “Elas são mais competentes, mas ganham menos”, assinalou a ex-integrante da OAB Nacional.
Também no campo científico, advertiu Ana, a mulher costuma ser posta em condição subalterna: um exemplo é quanto aos métodos contraceptivos (anticoncepcionais, DIU, laqueadura e outros), que são todos aplicados – exclusivamente – em mulheres. “A ciência é dominada pelos homens, os CEOs da indústria farmacêutica são homens”, apontou a ex-conselheira federal.
Curioso é o caso de Marie Curie, ganhadora de dois prêmios Nobel, de física e química, que teve de dividir a premiação com o marido, mero coadjuvante em suas descobertas.
A Conferência foi presidida pela presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB SP, Isabela Castro de Castro.
