O herpes zoster incomoda muito e, em alguns casos, pode se prolongar e se agravar. Trata-se de uma manifestação tardia – normalmente depois dos 50 anos – do vírus da catapora em pessoas infectadas na infância, mas os sintomas são bem diferentes.
As múltiplas e pequenas bolhas que surgem pelo corpo, avermelhadas, provocam formigamento e queimação. E doem bastante.
Na maioria dos casos, os sintomas do herpes zoster, que também podem incluir febre e mal-estar geral, desaparecem espontaneamente depois de alguns dias, mas às vezes faz-se necessário tratamento com medicação antiviral.
A melhor conduta, entretanto, é preventiva: há vacina contra o herpes zoster, indicada para pessoas com idade a partir de 50 anos, pois o risco de uma pessoa desenvolver a doença aumenta com a idade. Esse declínio natural na imunidade leva a um maior risco de manifestação da doença, independentemente do quão saudável o indivíduo se sinta.
Idade avançada, estresse físico ou psicológico, privação do sono, presença de doenças crônicas e outros são fatores que predispõem ao herpes zoster por afetarem as defesas imunológicas, sempre considerando-se a presença do vírus da catapora (Varicella-Zoster), mesmo que inativo, no organismo.
O agravamento da doença, com o aumento da dor (nevralgia pós-herpética) e seu prolongamento, pode levar a pessoa à depressão e à incapacidade física. Há ainda o risco de paralisia facial (Síndrome de Ramsey Hunt), quando o herpes zoster acomete os nervos da face. Todo cuidado é pouco.
Assim orienta a Sociedade Brasileira de Dermatologia
“Os principais objetivos do tratamento são limitar a extensão, duração e gravidade da doença na sua fase aguda e aliviar a neuralgia pós-herpética, com emprego de analgésicos e drogas antivirais, que devem ser iniciados precocemente. No caso de surgimento de lesão de herpes zoster na região centro facial, acometendo nariz e olhos, deve-se procurar o médico imediatamente, pois pode ser necessária internação para medicação venosa, a fim de evitar complicações como cegueira ou meningite.
“A vacina contra herpes zoster é indicada para pessoas com mais de 50 anos, reduzindo o risco de ocorrência em cerca de 50%. Uma vacina contra catapora, tomada na infância, também pode minimizar o risco de desenvolver herpes zoster.”
Durante a pandemia de Covid-19 aumentaram consideravelmente os casos de herpes zoster no Brasil. A relação entre uma e outro ainda não está descrita em trabalhos científicos, mas supõe-se que o estresse psicológico seja o elo.
De março a agosto de 2017 foram reportados no sistema público de saúde 5.691 casos da doença dermatológica; nos primeiros meses da pandemia, de março a agosto de 2020, registraram-se 8.695 casos de herpes zoster no país.