Comemora-se em 9 de junho o Dia Nacional da Imunização, instituído para celebrar vitórias da ciência em benefício da população brasileira, que ao longo do tempo viu-se livre da varíola, da poliomielite, do sarampo e de tantas outras doenças. A pergunta que se faz é: como comemorar a data quando a vacinação contra a Covid-19 caminha a passos tão lentos no país? De fato, há que se cobrar mais celeridade nessa frente de batalha contra a pandemia, mas também há que se celebrar a rapidez inédita com que a ciência desenvolveu mais de uma dezena de vacinas contra o coronavírus.
Quando esta reportagem era escrita, o Brasil tinha 45,6 milhões de pessoas vacinadas com a primeira dose do imunizante contra Covid-19 – 28,4% da população adulta. A segunda dose já havia aplicada em 13,79% da mesma população – 22,1 milhões de brasileiros e brasileiras. Apesar dos percentuais ainda baixos, de uma cidade do interior paulista saía uma lufada de esperança.
Adotada como laboratório de imunização coletiva contra Covid-19 pelo Instituto Butantan e a vacina Coronavac, o município de Serrana mostrou que, sim, o coronavírus será derrotado com a vacinação. Com 75% da população da cidade completamente vacinada, os óbitos por Covid-19 caíram 95%. Os casos sintomáticos caíram 80% e as internações, 86%.
Entre a advocacia, a certeza de que vacinar é o mais eficaz ato médico de saúde preventiva é dominante. Assim mostrou a Campanha CAASP de Vacinação contra Gripe 2021, que alcançou o recorde de 55 mil pessoas imunizadas contra os vírus Influenza e H1N1 em todo o Estado de São Paulo.
“Realizamos a maior vacinação da advocacia contra gripe desde que a CAASP instituiu essa ação preventiva anual. Colegas de todo o Estado puderam tomar a vacina tetravalente contra gripe mediante uma sistemática segura e confortável, na sua subseção, com pré-agendamento, sem filas ou aglomerações”, afirma a vice-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo, Aline Fávero, responsável pelo setor de saúde da entidade.
A importância das vacinas, demonstrada ao mundo no Século XX, cresce com a pandemia que marca esta segunda década do Século XXI. Vale reproduzir o seguinte trecho, extraído de página do site da Organização Panamericana de Saúde:
A imunização é o processo pelo qual uma pessoa se torna imune ou resistente a uma doença infecciosa, normalmente pela administração de uma vacina. As vacinas estimulam o próprio sistema imunológico do corpo a proteger a pessoa contra infecções ou doenças subsequentes. A imunização evita enfermidades, incapacidade e mortes por doenças preveníveis por vacinas como câncer de colo do útero, difteria, hepatite B, sarampo, caxumba, coqueluche, pneumonia, poliomielite, doenças diarreicas por rotavírus, rubéola e tétano.
Estima-se que, se as metas de cobertura fossem cumpridas para a introdução e/ou uso contínuo de apenas 10 vacinas (contra hepatite B, Haemophilus influenzae tipo b, papilomavírus humano, encefalite japonesa, sarampo, meningococo A, pneumococo, rotavírus, rubéola e febre amarela), entre 24 e 26 milhões de futuras mortes seriam evitadas em 94 países de baixa ou média renda na década de 2011-2020.