Campanha Março Azul Marinho pretende conscientizar a advocacia
O câncer continua sendo a doença mais temida da humanidade. Muitas vezes silencioso, não raro se desenvolve sem que a pessoa perceba. Eis o perigo: depois que a enfermidade se encontra em estágio avançado, a cura é bem mais difícil. O câncer de colorretal não foge a essa regra. A Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (CAASP) volta seus olhos neste mês à doença, em virtude da campanha Março Azul Marinho, que pretende alertar para os pequenos sinais e sintomas e, principalmente, à necessidade de realização anual de exames preventivos, além de manter bons hábitos alimentares e de saúde, em geral.
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) informa que o câncer de colorretal é o segundo tumor mais frequente, tanto em homens quanto em mulheres, e estima para 2023 o surgimento de 44 mil novos casos no Brasil, com 70% concentrados nas regiões Sudeste e Sul.
O câncer colorretal acomete o intestino grosso (o cólon) e o reto. O tumor se inicia a partir de lesões benignas, chamadas de pólipos, que crescem na parede interna do cólon e adoecem o paciente. Os sintomas do crescimento, em geral, são sentidos e observados apenas em estágios bem avançados. Por isso, a necessidade de detecção precoce.
Entre os sintomas, estão:
• Presença de sangue nas evacuações;
• Diarreia crônica e necessidade urgente de evacuar, com pouco volume fecal;
• Afilamento das fezes, sensação de esvaziamento incompleto, constipação persistente, cólicas abdominais frequentes e inchaço abdominal;
• Fadiga, perda de peso e anemia crônica.
A maioria dos casos de câncer colorretal ocorre depois dos 50 anos. Ressalte-se que o câncer também pode aparecer mais cedo, em razão de histórico familiar. Esses grupos devem se submeter a um exame de colonoscopia para rastreamento de possíveis lesões intestinais.
“Não se trata, aqui, de criar pânico, mas de mostrar aos advogados e às advogadas a importância do rastreamento e da detecção precoce, para que as chances de cura aumentem significativamente”, afirma o médico Antonio Rocco Imperiale, presidente da Associação de Coloproctologia do Estado de São Paulo.
A colonoscopia permite que o médico visualize o interior do cólon e do reto, detectando os pequenos crescimentos que podem se tornar cancerosos com o tempo. Se um pólipo for encontrado, o médico faz a sua remoção durante o próprio exame, reduzindo o risco de câncer de colorretal.
Caso um tumor maligno seja encontrado, o tratamento dependerá da sua localização – se no final do reto ou em outras partes do cólon. No entanto, entre as opções possíveis, estão: cirurgia de remoção de parte do intestino afetada, radioterapia, associada ou não à quimioterapia.
“A doença não é uma sentença de morte. Muitas vezes, há boas chances de cura. Até a década de 1990, a única opção de tratamento era a cirurgia. Hoje, há outras opções e até combinações de tratamentos que fez a cura e a sobrevida dos pacientes aumentarem significativamente”, ressalta Imperiale.
Caso não seja encontrado indícios de pólipos, um simples exame de fezes pode ser feito anualmente, para acompanhar a saúde do sistema colorretal. “O câncer começa a sangrar precocemente, ainda na fase de pólipos, mas numa quantidade imperceptível a olho nu, mas que pode ser detectada num exame de fezes”, explica o coloproctologista.
Já para a prevenção do câncer colorretal, bem como de outros cânceres, é fundamental a adoção de uma alimentação balanceada. “A incidência do câncer colorretal tem aumentado nos últimos anos, muito por conta do estilo de vida da sociedade. Um estilo de vida sem exercício físico, com uma dieta pobre em fibras, com alto volume de carne vermelha e alimentos ultraprocessados”, informa o especialista.