Junho Laranja é o nome da ação de combate à anemia e à leucemia, doenças que afetam diretamente a saúde sanguínea. Anemia é a baixa quantidade de hemoglobina no sangue, sua incidência é maior em crianças com menos de cinco anos, mulheres grávidas e pessoas com doenças crônicas. Já a leucemia, um tipo de câncer sanguíneo, afeta os glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do corpo humano, cujas causas não são identificáveis e que pode atingir a qualquer pessoa.
Anemia
A anemia divide-se em três categorias: a microcítica, em que as células vermelhas são pequenas e há uma baixa quantidade de hemoglobina; a normocítica, quando as hemácias sofrem alterações em seu formato; e a macrocítica, em que os glóbulos vermelhos são maiores que o habitual e também sofrem com a queda na quantidade de hemoglobina.
Uma das causas mais frequentes das anemias microcíticas é a deficiência de ferro, normalmente causada por alimentação desequilibrada ou grandes sangramentos, como é o caso das mulheres com um fluxo menstrual muito intenso. Em 2022, a anemia por deficiência de ferro atingiu 20,9% das crianças entre dois e três anos e 29,4% das mulheres.
Entre as anemias normocíticas, a mais conhecida é a falciforme, que comumente atinge a população negra, correspondendo a 8% dos casos. Uma das principais características da anemia falciforme é a alteração do formato da hemoglobina, redonda e elástica, para o formato de foice, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos sanguíneos.
As anemias macrocíticas ou megaloblásticas ocorrem quando há no organismo deficiência de vitamina, como a B12, e o ácido fólico. Nesses tipos de anemia, a medula óssea produz glóbulos vermelhos maiores e em pouca quantidade.
Também existe a anemia Fanconi, hereditária e rara, que se destaca por diminuir todas as células sanguíneas. Há, ainda, as anemias decorrentes de doenças crônicas, autoimunes e de cânceres. Nesses casos, pode ocorrer a diminuição das hemácias, falha da medula óssea em aumentar a produção de glóbulos vermelhos ou distúrbio no metabolismo do ferro.
O diagnóstico se dá por exames de sangue e da própria análise dos sintomas, que consistem em olhos amarelados, perda de peso, sangramentos sem explicação, fadiga, falta de apetite, tontura, palidez, apatia e gengivas esbranquiçadas. O tratamento é realizado de acordo com a deficiência apresentada, podendo variar entre reposição com suplementos, uma dieta rica em nutrientes variados e, em alguns casos, medicação oral ou endovenosa. Em casos mais críticos, como a anemia falciforme, é realizada transfusão de sangue.
A melhor maneira de se prevenir contra a anemia é cuidando da alimentação, da quantidade de vitaminas ingeridas, mantendo uma rotina saudável e realizando check-ups periodicamente. O ideal é aumentar o nível de hemoglobina para, pelo menos, 11 – que é considerado o mínimo para o bem-estar.
Leucemia
A anemia é um dos sintomas da leucemia, câncer sanguíneo que atinge os glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do corpo. A principal característica da enfermidade é o crescimento desenfreado dessas células, provocando uma grande alteração e substituindo as hemácias saudáveis por glóbulos cancerosos.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), entre 2020 e 2022, mais de 11 mil novos casos de leucemia foram diagnosticados no Brasil, sendo 6250 em homens e 5290 em mulheres. Em crianças, a taxa de incidência é de 3 a 4 casos para cada 100 mil com menos de 15 anos.
Existem duas categorias de leucemia, as crônicas e as agudas. A principal diferença entre elas é a rapidez com que cada uma evolui. Nos casos crônicos, o avanço é lento e assintomático, sua descoberta ocorre em exames de rotina, ocasionalmente. Já a leucemia aguda age de forma rápida e agressiva, apresentando sangramentos, infecções e anemias profundas.
Outros sintomas são dificuldade para respirar, perda de peso, inchaço dos gânglios linfáticos, dor nos ossos, hematomas e petéquias (manchas vermelhas na pele causadas por pequenos sangramentos).
Existem mais de 12 tipos de câncer no sangue, porém, apenas quatro estágios primários. Conheça:
- Leucemia Linfoblástica crônica, que afeta as células linfoides e se desenvolve de forma lenta, geralmente ocorre em adultos com mais de 55 anos;
- A leucemia mieloide crônica, que afeta as células mieloides e se desenvolve vagarosamente. Costuma se manifestar em adultos;
- Abrangendo as células linfoides e se espalhando rapidamente, a leucemia linfoblástica aguda ocorre comumente em crianças de até 15 anos;
- Já a leucemia mieloide aguda age de forma rápida e agressiva, pode se manifestar tanto em crianças como em adultos e sua incidência é maior com o aumento da idade – pessoas com mais de 65 anos são as que mais recebem o diagnóstico.
O diagnóstico da leucemia é realizado mediante a uma biópsia da medula óssea – o mielograma. Em alguns casos, retira-se um fragmento do osso da bacia para a análise patológica.
Mesmo que não haja uma forma de se prevenir contra a leucemia, a medicina evoluiu bastante para desenvolver tratamentos para todos os tipos da doença. Para os casos crônicos, os cuidados incluem uso de medicamentos, monitoramento, transfusão de sangue. Já nos quadros agudos é realizada quimioterapia, radioterapia e, em último caso, transplantes de células-tronco.