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4ª Jornada de Empreendedorismo Legal da OAB SP traz histórias inspiradoras e reflexões

By 25 de março de 2024No Comments
Reprodução

Evento, ocorrido no sábado (23), aborda temas como estratégias para administrar e investir em escritórios, fidelização de clientes e uso de Inteligência Artificial

Na manhã do último sábado (23), a sede da OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) reuniu advogados e profissionais renomados na 4ª Jornada de Empreendedorismo Legal. O encontro trouxe reflexões sobre o uso de Inteligência Artificial, fidelização dos clientes, estratégias para administrar e investir nos escritórios e também obstáculos enfrentados na advocacia empreendedora após a maternidade. A iniciativa foi da Comissão de Empreendedorismo Legal da OAB SP e teve o intuito de ajudar os profissionais da advocacia a ter uma visão diferente da profissão. 

Na abertura do evento, estavam o presidente da Comissão, Nelson Massaki Kobayashi Júnior, a vice-presidente Fernanda Matias Ramos e o secretário adjunto Ezequias Francisco de Assis. Todos ressaltaram a importância do empreendedorismo junto à advocacia e como os profissionais devem pensar diferente para se destacar no mercado de trabalho.

O primeiro painel debateu a “Prospecção e fidelização do cliente”, com participação do advogado Carlos Eduardo de Andrade Maia, especialista em Direito de Família e Sucessões, O profissional destacou que, mesmo no início de carreira, o advogado precisa saber quem é o cliente que o procura e o contrata. “Você não tem uma concessionária da Mercedes-Benz em localidades que não atraiam o seu público. O mesmo é com o escritório de advocacia, é preciso traçar um perfil da clientela que pretende atingir e não sair atirando para tudo quanto é lado.”

Outro ponto destacado pelo advogado é que nunca se deve confundir preço com valor. “Para falar seu preço ao cliente, é preciso mostrar quais são os seus valores e diferenciais.  Se você oferece um serviço diferenciado, elitizado, seu preço tem que ser alto.”

A advogada especialista em Direito do Trabalho Estratégico, Thais Massae Kanazawa, abriu o segundo painel que falou sobre Mindset Empreendedor. Para a especialista, tudo o que aprendemos e qualquer dificuldade que passamos são válidos. “O autoconhecimento em qualquer área da vida é fundamental para se ter sucesso. Empreender é resolver problemas. E na advocacia 99% dos casos estão na resolução de problemas. Aproveite a dor que seu cliente apresenta, resolva e faça a sua oportunidade”, ressalta.   

O terceiro painel “Costume Experience na Advocacia” ficou a cargo do especialista em Direito Empresarial e Direito Digital, Leandro Leão. Ele trouxe experiências práticas para implementar no escritório de advocacia. “Você tem que entender que ser advogado é um negócio. Desde o primeiro contato com o cliente até a resolução do caso, se ele não ficar satisfeito, ele não te indica e nem volta a te procurar”, alerta. 

Leão detalhou ainda vários passos desde uma página na Internet de fácil navegação até o contato prático, via telefone ou WhatsApp. “O bom relacionamento com cliente é fundamental para se ter sucesso na carreira.”

O quarto painel abordou “Os obstáculos enfrentados na advocacia empreendedora após a maternidade”. A apresentação foi da advogada criminalista Tamara Cavalcante. “A pergunta que eu mais ouço é: Dra., como a senhora dá conta de tudo? A resposta é: não dá para fazer tudo sozinha! Antes feito do que perfeito”, disse. Uma das dicas da profissional foi estabelecer prioridades para ultrapassar o obstáculo de ser mãe. “Não devemos nos cobrar tanto.”

A advogada Luna Montanucci, com atuação em audiências trabalhistas, falou sobre a “O que originalidade tem a ver com empreendedorismo?”, no quinto painel do evento. Montanucci iniciou o seu discurso dizendo que as pessoas têm mania de se menosprezar perante os outros. “As histórias podem ser sempre parecidas, mas nunca iguais. A originalidade de cada história e a maneira como você envolve o seu público fazem toda a diferença”. 

Montanucci também enfatizou que uma história deve ser contada sempre como inspiração e superação, nunca como vitimismo. “Ninguém vai te dar valor se você enfatizar a sua dificuldade e o seu problema, mas se você pontuar aonde chegou, apesar das dificuldades, a percepção do seu público muda.” 

Após o intervalo para o almoço, o empresário Marcelo Doria, do segmento de produtos e serviços, abriu o sexto painel com o tema “Atitudes empreendedoras na advocacia”.  Ele começou com uma reflexão sobre o que nos move e o que nos faz levantar da cama todos os dias. “No dia que você escolheu cursar Direito e passou no vestibular, o que te levou até essa escolha? Você teve um propósito e foi atrás dele.  No empreendedorismo é igual. Ressalto que empreendedores são movidos por propósitos e não desistem facilmente”. 

A advogada e consultora de Programas e Projetos Especiais pelo Sebrae, Ana Flávia Silva, falou sobre o “Canvas Jurídico – o que é e como pode ser utilizado na Advocacia”. Para ela, o maior desafio de um empreendedor é definir qual o modelo da sua atividade. “Quando me formei advogada, achei que nunca iria empreender. Odiava matemática e tive que aprender a ser gestora”, contou.

Sobre a ferramenta, Silva explicou que é preciso chamar uma equipe e fazer uma “chuva de ideias”.  “O Canva é uma ferramenta que pode ser utilizada em qualquer modelo de negócio e permite traçar estratégias. Em qualquer dificuldade, nós, do Sebrae, estamos sempre disponíveis para ajudar nessas questões.”

Especialista em Desenvolvimento Estratégico de Departamentos Jurídicos e Escritórios de Advocacia, Paulo Silvestre Junior apresentou o painel “Impulsionando Negócios com Inteligência Artificial Generativa”. Logo no início, ele trouxe uma reflexão: o Direito já enfrentou uma era de transformações tão intensa quanto a que vivemos hoje? “Há anos, eu falava que a tecnologia iria impactar o Direito, mas muitos me achavam louco.  E a pandemia nos mostrou que a transformação tecnológica foi muito mais útil e precisa do que esperávamos.”

Silvestre fechou sua apresentação ressaltando uma pesquisa na qual mostra que 93% dos escritórios de advocacia estão investindo em tecnologia e inovação para melhorar a produtividade em suas operações. “Quem não se atualizar, vai ficar para trás”, alerta.