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Presidente da OAB SP marca presença na IV Conferência Nacional da Mulher Advogada

By 14 de março de 2024No Comments

Ministra Daniela Teixeira, do STJ, abriu evento com palestra magna sobre a força e os sonhos femininos em prol das próximas gerações

Em um teatro lotado majoritariamente por mulheres, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) abriu os trabalhos da IV Conferência Nacional da Mulher Advogada. A presidente da OAB SP, Patricia Vanzolini, compôs a mesa de honra da solenidade de abertura, juntamente com os demais presidentes de Secionais, presidentes de Comissões da Mulher Advogada e autoridades da Ordem. 

Com o tema central “Evolução e Protagonismo”, este grande encontro da advocacia feminina é realizado pelo Conselho Federal da OAB, por meio da Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA), entre os dias 14 e 15 de março, em Curitiba (PR). O objetivo da Conferência é debater as principais bandeiras do universo feminino frente aos desafios da advocacia contemporânea.

“Estou muito feliz de participar desse evento tão importante, cheio de paineis incríveis, que vão dar mais condições para gente trabalhar com liberdade e alegria. É uma grande reunião das mulheres advogadas e sabemos que, unidas, somos ainda mais fortes em busca dos nossos objetivos”, destacou Patricia Vanzolini. 

Objetivo da Conferência é debater as principais bandeiras do universo feminino frente aos desafios da advocacia contemporânea. Foto: Raul Spinassé

Na abertura da Conferência, o presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, exaltou as presidentes Secionais. Além de Vanzolini, outras quatro mulheres presidem a OAB em seus estados: Marilena Winter (OAB Paraná), Daniela Borges (OAB Bahia), Cláudia Prudêncio (OAB Santa Catarina) e Gisela Cardoso (OAB Mato Grosso). Na sequência, Simonetti transferiu a presidência do evento para a secretária-geral adjunta da OAB, Milena Gama.

“Eu me envergonho daqueles homens que ainda não nos deram as mãos e compreenderam que a igualdade de gênero é o maior elo de pacificação social, não só dentro da Ordem, mas em toda a sociedade brasileira”, afirmou Simonetti.

A presidente da OAB Paraná, Marilena Winther, enalteceu a luta pela igualdade de gênero. Foto: Raul Spinassé

A presidente da OAB Paraná, Marilena Winter, enalteceu a luta pela igualdade de gênero na profissão e na sociedade. “Lutaremos até quando? Lutaremos até que todas nós possamos exercer a advocacia em igualdade de condições, combatendo perseguições de advogadas por meio do lawfare de gênero, que inclui afirmações falsas, práticas pseudo jurídicas que visam a intimidar e a enfraquecer as mulheres e a nossa profissão”, ressaltou.

Ainda na cerimônia de abertura foi feita uma homenagem à advogada gaúcha Cléa Carpi da Rocha, primeira mulher a receber a medalha Rui Barbosa, principal honraria da advocacia brasileira. Ela também dá nome ao palco da Conferência. 

Como Curitiba também é conhecida pela produção teatral, a solenidade de abertura contou ainda com uma peça de teatro, escrita pelo ex-presidente da OAB, Cézar Britto, e encenada por advogadas e atrizes de um projeto da Caixa de Assistência aos Advogados do Paraná. A peça destacou histórias inspiradoras de luta e resiliência de pioneiras da advocacia brasileira: Esperança Garcia, Maria Rita Soares de Andrade, Myrthes de Campos e Walkiria Naked.

Palestra Magna

A ministra do Superior Tribunal de Justiça, Daniela Teixeira, expôs uma fala inspiradora e motivacional a todos os presentes na Conferência Magna de abertura. A ministra, que tomou posse em novembro do ano passado, depois de uma indicação da advocacia, falou sobre os sonhos femininos que podem construir gerações melhores no futuro em relação à igualdade de gênero.

A ministra do Superior Tribunal de Justiça, Daniela Teixeira, falou sobre os sonhos femininos que podem construir gerações melhores no futuro em relação à igualdade de gênero. Foto: Raul Spinassé

“Foram quatro Conferências. Em 2013, nós conseguimos sonhar com a cota de 30% para as advogadas nas chapas, e realizamos nos anos seguintes. Em 2016, nós sonhamos com os direitos das advogadas mães e conseguimos, com a lei que leva o nome da minha filha, Lei Júlia Matos. Em 2020, nós sonhamos com a paridade de 50% de mulheres e nós conseguimos, todas as chapas do Brasil têm 50% de mulheres. Nós estamos avançando, mulheres, não desanimem”, frisou Daniela Teixeira.

A ministra ressaltou também a importância da representatividade feminina nos espaços de poder. A nomeação de Daniela Teixeira no STJ ocorreu depois de 10 anos seguidos de indicações masculinas. Dos 33 ministros do STJ, apenas cinco são mulheres.

“Nós não queremos trabalhar, como a minha avó. Nós queremos ser chefes. Nós não queremos o divórcio, como a minha mãe, nós queremos a alegria do amor sem violência. Nós não queremos usar minissaia, como nos anos 1960, nós queremos ser a pessoa que decide o que vai ser moda. Nós queremos a liberdade que sequer foi pensada”, discursou.

E, citando Conceição Evaristo durante a posse da Academia de Letras de Minas Gerais, concluiu: “o importante não é a minha posse, o importante é a perspectiva que se abre. O importante não é o que vocês vão fazer aqui na Conferência, são os sonhos que vocês vão trabalhar para realizar nos próximos anos. É a perspectiva que vocês estão abrindo. Sonhem e aproveitem muito esses dois dias”.

Lideranças da OAB SP na Conferência

Oito lideranças femininas participam dos paineis e reuniões da Conferência. Além da presidente Patricia Vanzolini, estão no evento a diretora secretária-geral, Daniela Magalhães; a secretária-geral adjunta, Dione Almeida; a presidente da Comissão das Mulheres Advogadas, Isabela Castro; a presidente da CAASP, Adriana Galvão; e as conselheiras federais Alessandra Benedito, Daniela Campos Libório e Silvia Souza.

Nos dois dias de evento, serão realizados 26 paineis sobre temas relevantes para a classe, como prerrogativas da mulher advogada, comunicação persuasiva, marketing jurídico, uso da inteligência artificial na advocacia, mulher na política eleitoral constitucional, reforma tributária, trabalho de cuidado e invisibilidade, gestão de escritório, assédio, etarismo, lawfare de gênero, enfrentamento ao racismo, novos nichos de mercado, governança e ESG, entre outros. 

Também estão programadas oficinas para aprendizados práticos em diferentes áreas, como advocacia criminal, carreiras jurídicas, advocacia com perspectiva de gênero, advocacia trabalhista, sustentação oral, direito das famílias, liderança e precificação de honorários.