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Primeira mulher a presidir a OAB SP participa de evento na PUC-SP

By 6 de maio de 2022No Comments

“Não basta o exemplo, precisamos propor medidas que adotem pautas inclusivas e feministas”, Patricia Vanzolini, presidente da OAB SP e ex-aluna da PUC-SP

por Cláudio Oliveira 

Eleita com a maior votação da história da OAB SP, seccional que nunca havia sido presidida por uma mulher, Patricia Vanzolini falou em aula aberta, na PUC-SP, sobre sua trajetória acadêmica e sobre as dificuldades que uma mulher precisa passar para chegar a cargos diretivos em instituições historicamente comandados por homens. Patrícia foi uma das convidadas do evento OAB pra valer tem que ter palavra de mulher, realizado dia 28/4, no campus Monte Alegre, com transmissão ao vivo pela TV PUC e público presencial.

A atividade foi organizada pelo grupo de pesquisa Direito, Discriminação de Gênero e Igualdade (Pós em Direito) e, além da presença da presidenta da OAB SP, teve as participações virtuais de Marilena Winter, presidente da OAB-PR, Daniela Lima Borges, presidente da OAB-BA e Valentina Jungmann. integrante da OAB-GO e autora do projeto Paridade Já (movimento de advogadas da OAB que conseguiu aprovar, por unanimidade, em 2021, a obrigatoriedade de que metade das chapas que disputam as eleições do órgão sejam compostas por 50% de mulheres).

A profa. Mônica de Melo, pró-reitora de Cultura e Relações Comunitárias (ProCRC) e também docente da Fac. de Direito da PUC-SP, ressaltou a alegria de celebrar eventos que remetem à igualdade, pois “paridade é uma questão de justiça”. Além dela, também integraram a mesa presencialmente os profs. Vidal Serrano Nunes Júnior, diretor da Fac. de Direito da PUC-SP, Silvio Luís Ferreira Lopes e, como mediadora, a profa. Sílvia Pimentel.

Patricia Vanzolini, convidada principal da atividade, salientou a importância de se ter uma mulher na presidência da OAB de São Paulo, maior seccional do Brasil, e o quanto pode ser inspirador para que outras ocupem, não apenas este, mas tantos outros cargos de poder, cuja hegemonia sempre foi masculina.

“No entanto, não basta apenas o exemplo. Quando lideramos instituições precisamos propor medidas inclusivas, ou seja, não adianta simplesmente ser mulher, não é disso que se trata, é necessário que sejam realmente adotadas pautas inclusivas e feministas”. A advogada reforçou também a importância de que tal inclusão seja ampla. “Não podemos ser seletivas, é preciso que pensemos nas mulheres e homens negros, trans, público LGBTQIA+ etc. O contrário seria perpetuar preconceitos, incluir só mulheres brancas de classe média, o que não é fazer inclusão, mas manter privilégios de classe”, ressaltou.

As outras convidadas falaram, em vídeo conferência, sobre suas trajetórias na advocacia e nos processos eleitorais que vivenciaram, dentro dos respectivos territórios da federação. Em destaque, Daniela Lima Borges (OAB-BA) lembrou do pioneirismo de seu estado em relação à paridade. “A OAB-BA foi a primeira a implantar a paridade de gêneros, antes mesmo de ser obrigatória, tanto nas suplências quanto nas titularidades de cargos diretivos”. Ela falou ainda sobre o processo de luta encabeçado por muitas mulheres em todo o Brasil para mudar a realidade existente até o ano de 2021, quando somente dez mulheres haviam presidido seccionais da OAB em todo o país.

Filha da PUC-SP

Em entrevista ao JPUC, Patricia Vanzolini falou sobre a importância da Universidade em sua trajetória, até a chegada à direção da OAB em São Paulo. “A minha carreira como advogada e, agora, como presidente da OAB SP é toda marcada pela PUC-SP, onde cursei duas graduações (Ciências Sociais e Direito), além do mestrado e doutorado.

A Universidade me proporcionou uma formação humanista, profundamente comprometida com os valores democráticos, inclusive em períodos nos quais o Brasil passou por situações sombrias. A PUC-SP foi, e ainda é, um reduto de resistência em favor da democracia. Ter vivido esta experiência na PUC-SP, por quase 16 anos durante minha formação, certamente marcou meu pensamento, minha conduta, meus valores e princípios. Sou uma legítima ‘filha da PUC’, fruto do pensamento crítico e democrático que se processa aqui nessa Universidade”, declarou Patricia.

Fonte Jornal da PUC